Atualmente, o Brasil é conhecido como o "país do futebol". Jogadores brasileiros são conhecidos e admirados mundialmente, além de serem contratados pelos mais renomados clubes do mundo inteiro; é o único país que participou de todas as Copas do Mundo e ainda foi recordista no número de vitórias (cinco); e as torcidas, enchem os estádios todas as semanas com muita festa e música. Sem dúvida alguma, o futebol faz parte da identidade do país e é um ponto de encontro de individuos que compreendem todas as culturas e camadas sociais presentes na sociedade.
Embora o futebol seja considerado uma paixão nacional, apontado como uma possibilidade de transformação social (no caso de garotos de periferia que passam a serem portadores de salários altíssimos), de inclusão, de encontro das mais diversas classes sociais e ferramenta de muitos projetos sociais, o esporte das multidões parece não assumir esta dimensão quando a questão é o futebol feminino. Apesar de as mulheres terem começado a jogar futebol desde os primórdios do século XX, os decretos oficiais da interdição a determinadas modalidades impossibilitaram uma inclusão imediata das mulheres no esporte. Já nos anos 70, surgiram novas bases para a organização do esporte no país e, logo na década seguinte, foram formados times femininos e os campeonatos passaram a adquirir visibilidade no calendário esportivo. Há quem acredite, portanto, que a discrepância entre a valorização da prática masculina e feminina é fruto histórico da sociedade, exatamente porque as mulheres demoraram a serem inseridas no futebol (assim como demoraram a conquistar um espaço político e social) e que por ser uma modalidade nova, é uma questão de tempo a conquista da igualdade no ramo esportivo.
O futebol feminino pode ser considerado uma atividade transgressora na medida em que as mulheres foram aos campos fazer valer suas aspirações, desejos e necessidades, enfrentando um universo caracterizado como próprio do homem e criando uma ramificação da cultura inicial do futebol. Desde o início, o medo dos homens da ameaça à supremacia masculina no esporte se manifestou de maneira bastante preconceituosa: a partir da ideia de que a mulher, ao jogar futebol, passa por um processo de masculinização. Além de considerarem as mulheres seres f'rágeis e delicados, incompatíveis com o espírito do combate físico presente no futebol, alega-se que, ao praticar o esporte, a tendência é a mulher imitar o homem, anulando sua feminilidade. Isabela Fernandes Pimentel da Silva, 15, que treina na escola de futebol oficial Fluminense, em Barão geraldo e é goleira do Guarani Futebol Clube, confessa que o preconceito não se manifesta somente fora do campo; aquelas jogadoras que são mais despojadas têm um olhar diferenciado para aquelas que são mais vaidosas e preocupadas com a aparência, como se a vaidade atrapalhasse a qualidade do jogo. Portanto, é possível afirmar que a ideia da necessidade da representação da figura masculina em campo não vem só dos jogadores; a cultura do preconceito se tornou tão comum que existe até mesmo entre as mulheres. Partindo desses princípios, é desconsiderada qualquer diversidade cultural que possa intervir nas características do indivíduo, independentemente do seu sexo. Pressupõe-se a existência de uma certa essência masculina e feminina considerada natural e imutável e que não depende de uma construção social. Não existe o entendimento de que a subjetividade do indivíduo não está relacionada ao gênero ao qual pertence, mas sim à cultura na qual é inserido e às aspirações pessoais, que dizem respeito a uma bagagem de ideias e pretenções construída ao longo da vida, a partir de experiências pessoais. 
Apesar da crescente presença das mulheres na vida esportiva do Brasil, ainda é precária a estrutura do futebol feminino no país. São poucos os campeonatos, as contratações são efêmeras, não existem políticas privadas ou públicas direcionadas ao incentivo das mulheres que desejam praticar o esporte e a mídia reserva um espaço mínimo à modalidade. A falta de espaço do futebol feminino é um ciclo vicioso na medida em que as mulheres são desvalorizadas no meio esportivo, o que repercute num menor apreço da massa pela modalidade e, sendo assim, a mídia que precisa de audiência e lucro, reserva espaço para a modalidade que chama mais a atenção dos ouvintes, leitores e telespectadores. Entretanto, estes só vão começar a reconhecer o valor do futebol feminino quando a mídia, responsável pela difusão de informações e consequente formação de opiniões, reservar um espaço maior para as jogadoras. A falta de políticas de incentivo dentro do país também é um empecilho, já que nossas mais talentosas jogadoras sentem a necessidade de seguir carreira no exterior, para conseguir ir além do hobbie e chegar ao profissionalismo. Sendo assim, ficamos mais desprovidos ainda de uma estrutura para fazer crescer a modalidade feminina. Segundo o professor da escola Fluminense, em Barão Geraldo, essa desvalorização é um desperdício, pois considera muito mais fácil trabalhar com o futebol feminino: segundo ele, os homens acham que já nasceram com o dom do futebol e, portanto, apresentam menor disposição para aprender e aperfeiçoar as técnicas, enquanto as mulheres estão sempre querendo melhorar. 
Acho que a mulher antes de tudo precisa se livrar do preconceito também, afinal, muitas mulheres concordam com os homens que pensam que futbol não é coisa de mulher e tal, a gente precisa entender que o esporte não é uma coisa masculina, e que a gente pode fazer qualquer coisa sem perder a feminilidade..
ResponderExcluirnão é questão de sexo e sim de vontade...
ResponderExcluirLugar de mulher é no fogão e pronto!
ResponderExcluirNa minha opinião, não há problema em perder a feminilidade. Cada um tem a opção de manifestar as características que bem entender! A questão é determinar que, para jogar bem, a mulher é masculinizada. Não existem regras! Muito menos um gênero próprio para o esporte... Joga bem aquele(a) que tem essa habilidade ou que desenvolveu a capacidade da qual qualquer ser humano provido de boa vontade tem!
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